Para o engenheiro Robert Musil, com admiração: alguns comentários cronológicos


    A não ser que a estratégia seja adoptar a postura aérea dos deuses, a única que permite julgar, com ambições de imparcialidade, os méritos dos terráqueos (e uma página de Metamorfoses bastará para nos convencer das falhas desse método, visto que poucos no panteão romano se poderão reclamar alheios a um qualquer acto de ingerência no espaço extra-olímpico), a não ser que nos julguemos imunes a qualquer das circunstâncias que a todo o momento nos produzem, qualquer tentativa de escrever sobre uma obra literária implica a história desse leitura, quer ela permaneça implícita ou, como nos apeteceu aqui, escolhamos pôr ao menos uma nota conjuntural a nu. A não acontecer que só tenhamos lido um livro na vida (o que não se aconselha, sobretudo se a intenção for escrever sobre ele), a descrição de uma leitura terá de incluir sempre um qualquer tipo de genealogia – ser ao mesmo tempo a história do livro-alvo, a história de si mesma e a história dos livros consumidos antes. Existe sempre um cenário ou, se quisermos ser mais precisos, um contexto. As dores de quem por alguma razão se propõe a escrever sobre um livro residem desde logo na escolha, quase sempre difícil, entre acreditar num conhecimento tácito, subsumido na variação comum à experiência literária de alguém que imaginamos à nossa semelhança (quer dizer, partir do princípio de que a matéria foi estudada e todos concordamos onde fica o norte), ou achar que devemos explicações, optando por apresentar o tal contexto nos interstícios do que se pretende mostrar: sendo que nesta amostragem do contexto tanto pode entrar apenas um conhecimento geral, introdutório, uma espécie de reverência apaziguadora no primeiro átrio do texto, própria à boa educação, quanto a história pessoal do relator, o espaço ocupado pelo corpo de quem escreve. 
    É esta desnudação do informante (metafórica, não se assuste) que pretendemos praticar aqui, porque nos parece a melhor forma de transmitir um entusiasmo. Falamos de uma antologia de ensaios de Robert Musil (são vinte e nove, escritos em vários tempos, quase sempre na imprensa), saída já no longínquo ano de 2023 pelas mãos da Relógio d’Água (tradução e prefácio de António Sousa Ribeiro), e reconhecida pelo radar atrasado que usamos decorria já o Verão deste nosso ano de 2024. Sendo que o desvio biográfico serve para contar ao leitor que o encontro com este livro, neste Verão recente, corresponde à repetição de um espanto ocorrido com outra obra do mesmo autor num Verão já muito velho, enterrado este numa transição para nós mítica (nós refere-se à pessoa que escreve e é nessa estreiteza que se deve entender o adjectivo mítica). Era numas férias escolares de meados da última década do último milénio: começo de um vida, final de outra. O que interessa despir aqui é a profunda satisfação sentida, nesse Verão de múltiplas descobertas, com a leitura de O homem sem qualidades – monólito tão resplandecente quanto em boa parte ocluso aos esforços da nossa impreparada inteligência. Este prazer na ignorância (prazer parece-nos uma correcção adequada do termo satisfação, que agora a internet roubou ao inglês para significar os pequenos êxtases das tarefas repetitivas, os sons normais ampliados, o rasgar de invólucros, etc.), este prazer na ignorância prova que a agudeza de certos pensamentos não embota mesmo quando aplicada em cabeças duras, sobretudo se essas cabeças, obtusas que sejam, conseguirem convocar a arrogância própria das hormonas, um furor juvenil, desses que não resiste a mergulhar no meio de águas escuras. Como aconteceria com outros autores aflorados nesse tempo, o enamoramento adolescente por Musil haveria de replicar-se em procuras pelos resto da obra e, como também aconteceria com outros elementos desse panteão erigido à pressa, saldar-se em encontros que nem sempre escapariam à desilusão. O jovem Törless e as novelas inclusas no volume antigo intitulado As três irmãs, caçados com esforço num tempo em que a tradução não era tão afoita em Portugal, não nos impressionaram tanto quanto O homem sem qualidades, desencanto que num primeiro movimento tentámos esconder (não é nada fácil baixar da peanha um ídolo, sobretudo quando não se é afeito a encontrá-los em todo o lado) e no seguinte atribuímos a um azar que não é assim tão infrequente: começar a ler um autor pelo seu melhor trabalho. Mesmo os maiores têm pináculos (o resultado final uma cordilheira com cimos desiguais) e é natural que ao começar pelo livro mais decisivo aconteça acolhermos com menos calor o que resta da obra. 
    Foi na espreguiçadeira este ano, ao dealbar do intervalo estival, tão mais curto passadas três décadas, foi ao entrar neste Ensaios que nos apercebemos que não tinha sido esse o mecanismo da desilusão, mas um que é ao mesmo tempo efeito da cronologia e consequência de uma abordagem, por assim dizer, de género. O que encontrávamos ali, na leitura dos ensaios, era o mesmo entusiasmo com que cheios de acne tínhamos acolhido O homem sem qualidades, e isso não porque o nosso espírito tivesse mudado (mudara, claro, mas não nessa elipse que, habitualmente em idade terminais, faz regressar a consciência do velho ao funcionamento infantil), mas porque a obra, ela mesma, se aproximava mais do que nos entusiasmara na primeira leitura do que aquelas que tínhamos lido depois. Nenhum milagre, se olharmos bem para a sequência. (É quase sempre assim, não é verdade? – a magia resiste pouco a uma observação prolongada). O regresso não se relacionava com algo que Musil tivesse pretendido: não era o escritor que voltara atrás na obra, éramos nós que não a tínhamos lido na sua ordem real. O homem sem qualidades, romance incompleto (terminado pela morte em 1942), foi a derradeira obra de Musil e a sua escrita andaria mais próxima destes ensaios que As três irmãs, Uniões e O jovem Törless, publicados no início e a meio da vida literária de Musil (1906, 1911 e 1924, respectivamente) e anteriores a mais de metade dos textos reunidos nesta antologia. Era uma proximidade temporal, o que unia os espantos separados na existência do leitor, mas era sobretudo o modo. A agilidade do último romance, muito feito de elaboração teórica, reflexiva, vivia já nos ensaios, em forma mais apurada (ou mais ao nosso gosto), do que nas primeiras obras ficcionais. Musil caminhava desde o início para o milagre da interpenetração ensaística e ficcional, esse mistério mais ou menos hermafrodita da co-fecundação, amplexo fértil entre a liberdade da representação existencial contida no romance e a vertigem da fermentação filosófica contida no ensaio. É que ao O homem sem qualidades e aos ensaios coligidos nesta edição parece corresponder a mesma laminar sapiência, o mesmo manejar calmo da inteligência, a mesma agilidade em misturar literatura com o mais alto pensamento e bem assim um modo de organizar as imagens que não é totalmente atribuível aos métodos das belas-letras. 
    Reflexões de um homem de compreensão lenta, texto escrito em 1933 mas só publicado muitos anos mais tarde, que reagia ao eclodir do nazismo na Europa, mostra ideias actualizáveis tanto para a pátria de Musil na sua versão moderna (a Áustria onde há poucos dias reemergiu no poder, pela primeira vez desde a derrota na segunda guerra mundial, um partido de extrema direita), como para grande parte do continente, incluindo este país nosso, onde eclodem hoje manifestações que, como qualquer ritual tanatológico, têm tanto de risível como de assustador. 
    “A teoria racial, o âmago de tudo, não provém da investigação empírica (biologia), mas de considerações sobre a vida, de representações morais que cedo receberam uma marca política. Para a investigação, o conceito de raça é algo extremamente difícil, que hoje ainda não é possível determinar com precisão; para o movimento, é dogma e axioma. Acresce a veneração pelo "'chão" como portador de cultura. Acresce uma relação romântica com o passado. (...) É de grande importância a natural aversão, mais do que compreensível, contra a demasiado ampla expansão do saber, demasiado insípida para a necessidade de sentimentos imediata, que hoje se tornou inabarcável e dilui ou enfraquece o ser humano; essa aversão impele em todo o lado à simplicidade. Há muito de são nesta simplicidade, muita coisa correcta nisto e naquilo. Mas, até ontem, cada uma destas ideias era também uma parte do “intelectualismo", isto é, uma palavra, uma afirmação naquela conversação que constitui uma atmosfera por de mais húmida sobre o chão demasiado árido do saber. E o método destinado a purificar e condensar estes elementos é, aproximadamente, do género que permitiria, da mesma forma, basear uma ideologia na inferioridade da mulher ou na beleza das estrelas”.  
    E veja-se se neste trecho do mesmo ensaio não será fácil encontrar avisos contra a ilusão comum, ainda hoje, de que os discursos de ódio se normalizam quando chegam ao poder: “É difícil imaginar que alguém no momento do sucesso, se separe de uma concepção das coisas a que deve esse sucesso e que já anteriormente lhe trouxe inúmeros correligionários entusiásticos. Um político que é aclamado por meia Alemanha e que ainda quer converter a outra metade à sua ideologia há-de distinguir entre o seu talento para chefiar e a sua ideologia, há-de perceber que as ideias que, na propaganda, foram um rastilho, na época da dominação causam danos, e há-de estar disposto a reconhecer como força uma totalidade informe do espírito alemão, ele que abriu logo nesta força um caminho larguíssimo? Irá, sim, inclinar-se a sentir o espírito como uma ficção arrogante de escrevinhadores e, realmente, há muita coisa que dá essa impressão!”
    Livros e Literatura (1926) pode perfeitamente ser usado, nesta pátria como noutras, para medir a oscilação que sempre atinge o observador abrangente quando alguém o obriga a escolher entre uma cultura de sobrancelha levantada (permita-se a tradução literal, achamo-la saborosa e é também para nos divertirmos que viemos aqui), densa e inabordável, excluída de qualquer contacto humano, e a versão popular para idiotas, que depende de assumirmos de vez os critérios para um certo tipo de morte cerebral. 
    “(...) Em contrapartida, nós, alemães, praticamos uma literatura de génios até ao mais fundo do kitsch moral. O autor é sempre uma pessoa invulgar, ou tem sentimentos de uma ousadia invulgar ou de uma vulgaridade invulgar; estende sempre à nossa frente o seu sistema anímico ordenado de uma maneira ou de outra, para que o imitemos. Raramente é uma pessoa que considere que tem a obrigação de entreter, e, quando o faz, rebaixa-se, por via de regra, sem encontrar resistência, a um entretenimento desmedidamente boçal como animador da jovialidade ou do sentimentalismo (...) De resto, pouco haveria a objectar ao impulso para a genialidade numa literatura.  Apenas uma coisa, evidentemente: nem o mais numeroso dos povos consegue gerar uma quantidade suficiente de génios para essa literatura.  
    São os escritores que não sabem escrever ou os leitores que não sabem ler?  
    Diz-se que a culpa é dos livros e que os escritores alemães não sabem escrever. Trata-se de uma hipótese simpática e plausível para explicar o estranho mal-estar em que nos sentimos colocados ao ler livros. Nunca esqueçamos, porém, que não passa de uma hipótese!  Como todas as hipóteses, ela envolve um facto num excesso e, se queremos ficar apegados nuamente à verdade contida na afirmação de que os escritores não sabem escrever, apenas podemos constatar que os leitores alemães já não sabem ler. Esta é a única coisa que está assente e de que podemos partir. Nós, leitores alemães, sentimos hoje, por princípio, uma resistência inexplicável contra os nossos livros. Tudo o resto é extremamente confuso. Também é confuso saber de quem e de quê é a culpa”. 
    Escolha difícil, essa, sempre parcialmente adiada, entre financiar um devaneio que ninguém degusta e todos pagam ou deixar à ignorância do mercado uma versão, por assim dizer, auto-sustentável, sendo que a esta quem a suspende fora do erário público é uma total falta de acesso aos fundamentos da verdadeira cultura. Achando que é a ignorância do público a culpada, então soará como vingança adequada fazê-la pagar pelo que não compreende. Se, de outra forma, quisermos destruir a torre de marfim, acusando-a pela sombra que lança sem vontade de partilha sobre os camponeses ignaros, então talvez pareça justo abandonar solipsismos dourados e reservar divisas para melhores justiças (esperando que a gente da planície, empoderada como se diz hoje, resolva um dia subir à torre deserta para sugar dela, ao seu modo próprio, as paisagens desejadas).
    Num dos primeiros ensaios, intitulado Sobre os livros de Robert Musil (1913), uma alegoria escrita pelo próprio, em princípio de carreira, para defender os seus primeiros trabalhos (O jovem Törless e Uniões) contra alguns avanços críticos, talvez tenha ficado fixada de raiz a estratégia ficcional de Musil e as ferramentas de onde havia de surgir um dos principais romances do século vinte. Achamo-lo central, não só porque comece com o autor (um personagem externo) a escorregar pelo cérebro de Musil, “pela quinta circunvolução abaixo, na zona da terceira bossa” a fim de escutar melhor os pensamentos do escritor (embora também por isso, visto não sermos imunes aos efeitos de inclinações profissionais óbvias), mas porque desenha esse terceiro espaço onde um certo tipo de ficção tem encontrado vantagem em alojar-se, fixando o etéreo por meio do concreto, o sentimento por meio da razão e a razão por dentro do que só o instinto poético permite aceder. Ouçamos o modo como os pensamentos de Musil respondem à crítica: “A questão”, comecei lentamente, “de saber se uma obra de arte é obscura devido à fraqueza do criador ou se parece obscura devido à fraqueza do leitor merece ser escrutinada. Seria preciso separar um a um os elementos intelectuais de que se compõe. Os elementos  decisivos são - mau grado um preconceito cómodo do escritor  - as ideias.(...) Sem dúvida que eles  não podem nunca ser representados puramente enquanto tais" consegui ainda atalhar, "não estou a defender nenhum racionalismo e sei que as obras de arte nunca podem subsumir-se sem mais em  significados precisos, que, quando se descreve o seu conteúdo, isto  só acontece, por seu lado, através de novas ligações do racional a  modos de dizer, a maneiras de imaginar a situação e a outros momentos irracionais. Mas, no fim de contas, escrever significa, antes de mais, reflectir sobre a vida e, depois, representá-la. E compreender o conteúdo humano de uma obra de arte significa, não apenas inscrever o polígono infinitamente refractado de uma cadeia de sentimentos e de pensamentos no conteúdo intelectual evidente, mas também nas invenções absolutas e indefinivelmente redondas da dicção, no brilho das personagens, no silêncio e em tudo o que não pode reproduzir-se. Este desmantelamento assimptótico, a única forma de assimilarmos duradouramente no nosso espírito os combustíveis anímicos, é a finalidade humana na obra de arte, e a sua possibilidade é o critério desta”.
    Deste momento do texto passa-se bem para o exemplo com que terminamos a incursão. O ser humano matemático (1913) insere-se, por estranho que pareça olhando o título, na vasta argumentação que durante a história tem feito a defesa da arte pela arte, erigindo este perito em conceitos como o mais feliz usuário de uma ciência que Musil define da seguinte forma: “A matemática é um destemor sumptuário da razão pura, um dos poucos que hoje existem.” Homem resumido ao centro do seu próprio intelecto e sem outras incumbências que as de responder a abstracções intrincadas, salvo da distorção de ser tudo e responder a todos os lados do saber, protegido contra o tempo nos redutos da sua arte, imune por inerência do cargo a exercitar emoções, o matemático obtém a liberdade que nenhum intelectual moderno consegue: “Nós outros, após a época do iluminismo, perdemos a coragem. Bastou um pequeno fracasso para nos afastar da razão, e permitimos que qualquer banal fantasista invective as intenções de um d’Alembert ou de um Diderot como vão racionalismo. Berramos pelo sentimento contra o intelecto e esquecemo-nos de que, sem este, o sentimento – abstraindo de casos excepcionais – é uma coisa balofa. Foi assim que arruinámos a nossa arte literária a tal ponto que, depois de dois romances alemães lidos de enfiada, temos de resolver uma integral para emagrecer. 
    Não se objecte que, fora da sua disciplina, os matemáticos são cabeças banais ou tontas, ou até que a sua lógica não lhes vale de nada. Esses domínios não lhes dizem respeito, e, no seu campo, fazem o que devíamos fazer no nosso. É nisto que consistem os assinaláveis ensinamentos e o carácter modelar da sua existência: são uma analogia para o intelectual que há-de vir.”      
    Por aqui se percebe que a escolha de Ulrich, o matemático falhado, para protagonista de O homem sem qualidades, não foi alheia nem aos intuitos romanescos nem à biografia do escritor, que aliás a narrativa ecoa. Neste que se assume um texto seduzido por essa ideia de que a recensão é sempre o esclarecimento de um acto pessoal (o de um leitor que espera ser observado por outro enquanto de-escreve o acto de se expor ao espelho enquanto lê) acrescentemos então uma última abordagem à importância da cronologia. Musil, escritor assumido durante grande parte da sua vida e valente general das letras germânicas, não começou como tal. A sua biografia mostra uma abstrusa progressão, tão bizarra quando os elementos de cada metamorfose podem ser detectados, se procurados sem pressa, no resultado final: primeiro um manuseador prático da engenharia, especialista apto a usar as regras do cálculo para as concretizações materiais da modernidade; depois alguém que lentamente se despega da utilidade técnica para entrar no campo da abstracção matemática enquanto disciplina isolada e partir desta para as confusões etéreas da filosofia; e da filosofia, sítio supra-humano, para o interior da mente, enquanto investigador em áreas afectas à psicologia experimental – e do tão humano conhecimento das regras mentais, finalmente, para o reatar artístico do romance, onde se jogam, multiplicados, todos estes mundos. 
    Nem todos os leitores, por mais entusiasmados que estejam, têm capacidade para entender de um gesto o que os faz apreciar uma obra – talvez não seja tão comum essa magia que permite, a cada passo da leitura, perceber exactamente de onde vem o prazer, que órgãos são tocados, que vias estimuladas na bioquímica complicada da degustação estética. Para muitos, para alguns, seguramente para quem escreve isto, o veredicto chega no fim, por meio de uma sensação que se torna necessário decompor, para que dela possa sair finalmente uma regra racional: é aqui, aponta língua, onde estão os condimentos. Saber se é bom é, assim, saber porque se gosta, e saber porque se gosta depende de uma narrativa – a história dos passos dados ao ler o livro, a recuperação de um caminho que só pode ser entendido no final, ao perceber o traço que os passos cortaram na floresta densa da leitura. Olhando para o trajecto feito com este Ensaios, comparando o gosto de o ter lido com o eco lembrado da viagem feita há tantos anos em O homem sem qualidades, exumando as sensações, abrindo-as, o que parece ser o veio é essa fusão inesperada entre uma depurada racionalidade e uma atenção vigorosa às emanações do que não pode ser experimentado senão pela intuição. Sendo que talvez não seja necessário ir muito longe se quisermos encontrar a equação explicativa para semelhante fenómeno:  a história pessoal do autor, o trajecto de Musil entre nações, e a força que teve, dentro da cabeça, para não deixar cair nenhum dos passaportes carimbados nas fronteiras.



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